segunda-feira, 15 de abril de 2019

NOTA


A ONG MAR vem por meio desta, externalizar sua posição e pensamentos frente a atualidade dos fatos manifestos pela atual administração desta nação. 

Foram períodos conturbados que antecederam a excelência do exercício pleno da democracia e que dicotomizaram a sociedade em grupos, onde alguns cidadãos, movidos pelo desejo gritante e ardente por mudanças, por não aguentarem mais o excesso de injustiças, descasos e caos em que a nossa sociedade mergulhou nas últimas décadas, e infelizmente, esqueceram o pleno exercício legal de sua cidadania e chegaram ao ponto da irracionalidade abusiva, ofensiva e acabaram se tornando aquilo que tanto veemente desejavam combater – os algozes – e acabaram sendo atrozes iguais ou piores daquilo que desejavam extinguir da sociedade. É matéria de direito, garantias constitucionais, como a Liberdade de Expressão, de ir e vir e, principalmente, direito à vida. Estes foram sumariamente desrespeitados em menor ou maior grau, por estes que se tornaram acidadãos e mergulhados em um excesso de pseudodireitos, sem nem mesmo terem conhecimento pleno da nossa Carta Magana. Porém, de direito na base de sua legalidade, não havia nenhum e, de deveres cidadãos, passaram longe. A censura de cidadãos para cidadãos se instalou, onde vozes foram impedidas de se manifestar, documentários de serem exibidos e de palestras de serem proferidas. O radicalismo e a insanidade temporária do irracionalismo inconformista imperaram; tanto nos de direita quanto nos de esquerda, nos acima ou abaixo, nas etnias, nos gêneros, nas idades e nas religiões. Tragicamente e absurdamente, noticiários estampavam a face do caos social provindo das mãos dos próprios cidadãos, ao ponto de vidas serem ceifadas pela banalidade do voto contrário. Porém, todos tinham uma coisa em comum, uma sede feroz pelo desejo de mudanças e melhorias de um país. Mas, a que preço?! 
Qual o custo que esta nação deve pagar ou vem pagando, para adentrar em períodos de igualdade, de prosperidade e paz?! Onde a educação, o conhecimento, o direito à cidadania e o respeito às leis deveriam imperar, infelizmente foram esquecidas, desprezadas e mutiladas. O passado está sendo apagado e a história reescrita, borrando as conquistas que foram edificadas ao longo de duras e penosas manifestações e insurgências de classes oprimidas. Enquanto a sociedade se digladiou e ainda continuam assim, os políticos manipulam e fazem desta nação, uma folia de descasos, omissões, favorecimentos e enriquecimentos às custas de todos. 

Se for esta, a nova estrutura da atual gestão federal desta nação, edificada em tijolos massificadores, de controle e opacização, de medo e subtração dos direitos fundamentais e da ilusão para melhorias da população, além da reversão das políticas públicas nas áreas da educação, saúde, moradia, trabalho, previdência e da vida; então, nós, enquanto entidade representativa da sociedade civil, estamos em estado de alerta e de oposição. 

A sociedade brasileira, pátria amada de povo transcultural e de multidiversidades étnicas, acabaram perdendo a racionalidade e estado de direito, onde irmãos pátrios se desconheceram, amizades foram desfeitas, famílias com seus laços rompidos ou abalados, enfim, um estado social e político caótico se instalou. 

Respeitamos a decisão unânime da população Brasileira, mas sabemos também, que há indícios gritantes de manipulação, pelo uso do sofrimento dos brasileiros, como plataforma eleitoral. E, cima de tudo, não compactuamos e não aceitamos os ditames deste governo, que se omite ao diálogo com as entidades sociais e com o poder executivo que foram e que não concordam com sua plataforma política. Governo este que, silenciosamente mina, destitui e regride todos os direitos conquistados pelos trabalhadores e por cada cidadão, que há décadas, lutam para que sejam respeitados e garantidos. 

Nunca esqueçamos que, o estado de caos que este país mergulhou desde sua colonização, e que mesmo com a democracia instalada, vêm se intensificando devido as escolhas que a nossa própria população, através das suas gerações, vem fazendo ao colocar em cargos políticos, como representantes da população no poder executivo e desta nação. São as escolhas que fazemos por princípios individuais e egoístas, que levaram ao poder, os corruptos, opressores e malignos, e que ainda continuam neste mesmo poder, porém, com novos rostos e nomes, disfarçados de progresso e de mudanças. 

Por nunca pensarmos coletivamente e para o bem da nação, estamos pagando o alto preço neste estado caótico de coisas e incertezas. Votar no “menos ruim”, como muito vimos escutando entre os cidadãos que dialogamos de nossa sociedade, não é mudar, e sim, implantar uma demagogia que mantém o paradigma da corrupção parasitária. 

Nenhum extremismo, radicalismo, primitivismo, violência verbal, física ou ideológica, pode ser justificada ou se prevalecer sobre a fraternidade, a racionalidade, o direito e o dever de cada cidadão, da bondade, da honestidade, dos princípios básicos da sociedade e da paz. Nada pode justificar a barbárie, a irracionalidade e a maldade. 

É hora de racionalizar, de entender a complexidade do que se passou e de buscar unir os fragmentos desta sociedade e exigir, de fato e de verdade, as mudanças reais e concretas que tanto buscamos, para que possamos desfrutar do que nunca degustamos de fato: da justiça à todos, da educação com qualidade, da saúde preventiva e curativa acessível, do trabalho valoroso, da previdência justa, da moradia digna, da alimentação saudável, da segurança protetiva e, acima de tudo, da excelência na qualidade de vida e de uma sociedade totalmente justa e igualitária.